terça-feira, 14 de agosto de 2012

HAGIOGRAFIA DE SÃO ROQUE

 

         Nascido em Montpellier, na França, em 1295, São Roque era originário de uma família nobre. Sua mãe Libéria era devota de Nossa Senhora e tinha muita fé. Pediu a ela que lhe desse a graça de ter um filho, pois já estava em idade avançada. Com a vinda de Roque, Libéria e o fidalgo João se dedicaram à educação do menino e este, por sua vez, seguiu os passos da mãe na fé e na devoção.
        Entre seus quinze e vinte anos, Roque sofreu com a perda dos pais e herdou um enorme patrimônio. Porém, ele queria viver na pobreza como Jesus viveu. Assim, dividiu entre os pobres toda a riqueza que tinha acesso. Os bens imóveis foram entregues a seu tio. Depois disso, partiu para Roma sem nada.
        Chegando a Toscana, em Aguapendente, viu a grande mortalidade causada pela peste. Tomado pelo desejo de ajudar, pediu permissão ao administrador do hospital ajudar os doentes. Com a permissão do administrador, Roque se infiltrou entre os empestados e cessou a epidemia da doença naquela cidade. O mesmo se deu em outros lugares; dizia-se que a peste fugia de Roque.
        Quando teve conhecimento de que a peste chegara a Roma, Roque partiu imediatamente para o lugar. Chegando lá, foi ouvido em confissão pelo cardeal Britânico, que tomou conhecimento dos dons que o Santo possuía  e assim pediu-lhe para que suplicasse a Deus pelo fim do flagelo que atingia a cidade. Roque fez a oração e, sentindo que alcançara a graça, convidou o cardeal a agradecê-la juntamente com ele. Mas esse fato se creditou à virtude do Santo.
         Permaneceu em Roma por três anos, praticando a caridade na assistência aos enfermos. Retornou à França e ficou alguns anos em Lombardia, tratando de doentes e curando muitos com o sinal da cruz.
         Em Piacenza (Palencia), acabou por contrair a doença. Certa noite, acordou com febre e dor aguda na perna esquerda, o que o fazia gritar. Para não incomodar os doentes do hospital, dirigiu-se para fora da cidade, onde encontrou uma pequena choça que lhe serviu de abrigo.
         
Com a graça de Deus, Roque viu brotar perto da cabana, um manancial de água cristalina. Com ela, sentia mais alívio, lavando suas feridas. Ele também contou com a ajuda de um cão, que roubava pão todos os dias da mesa de seu dono e levava para ele comer. O dono do cão, intrigado com a cena todos os dias, seguiu-o para ver o que era e, encontrando Roque, fez amizade com ele e o ajudou.
         Curado da peste, Roque dirigiu-se para à França a fim de distribuir o restante de seus bens. Montepellier estava em guerra civil quando lá chegou. Tido como espião, ele foi levado ao governador, que era seu tio. Como estava mudado pelo passar dos anos, ninguém o reconheceu e o levaram preso. Ficou num calabouço escuro durante cinco anos, alimentando-se de pão e água e passando os dias em oração.
         Sentindo a morte chegar, Roque pediu a presença de um sacerdote para se confessar e comungar. O sacerdote percebeu o quanto o homem era estraordinário e contou ao governador, que não deu ouvidos.
        Ao descer ao calabouço, o carcereiro viu uma luz muito brilhante saindo pelas brechas da cela. Abriu a porta e encontrou Roque morto, estendido no chão. Completamente abandonado, Roque morreu em 16 de agosto de 1327. Difundiu-se pela cidade a notícia de que havia falecido um Santo na prisão. Muitas pessoas dirigiram-se para lá. Entre os visitantes, estava também sua avó, que reconheceu o corpo de Roque por uma mancha cor de vinho, em forma de cruz, que ele tinha no peito.
          Ao ter conhecimento de que o morto era seu sobrinho, o governador ficou inconsolável pela dureza com que o tratara e providenciou suntuosos funerais. O corpo de Roque foi conduzido triunfalmente pelas ruas da cidade, acompanhado de clero, nobreza e povo.
          Em seu nome, logo aparecerem diversos e prodigiosos milagres. Durante o Concílio de Constança, em 1414, São Roque foi invocado contra a peste que tomara conta da cidade. A partir dessa data, o culto de São Roque se estendeu por toda a Europa, particularmente à Itália e à Flandres. Este culto foi solenemente confirmado pelo Papa Urbano VIII e por dois decretos da Sagrada Congregação dos Ritos de 16 de julho e 26 de novembro de 1629.  

Fonte: http://www.igrejaparati.com.br/santos_-_s%C3%A3o_roque.htm