segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Resumo e comentário do livro Medeia, de Eurípedes.

Para ler o livro : http://www.lendo.org/wp-content/uploads/2007/06/medeia.pdf

RESUMO: Jasão era rei de Iolco, porém, ao ficar fora por um tempo, perdeu o trono para seu tio. Para que Jasão recuperasse o trono, teria que ir em busca de uma pele de carneiro de ouro (tosão de ouro), roubado de sua família pelos bárbaros do oriente. Assim, Jasão organizou uma expedição chamada Argonáutica, que o levou à cidade de Cólquida. Lá conheceu Medeia, com quem se casou. Devido à alguns acontecimentos, eles tiveram que fugir para Corínto. A peça se inicia com a nutriz, mulher responsável pelos cuidados com os filhos do casal, se lamentando pela traição de Jasão, que saiu de casa para se casar com a filha de Creontes, rei de Corínto. Medeia se sente largada, humilhada, depois de tudo o que fez por seu marido. Quando seu sofrimento e suas palavras chegam aos ouvidos da população e do castelo real de Corínto, Jasão aparece na casa da ex esposa para avisá-la que será expulsa da cidade, caso ela se posicionasse contra a família real. Logo após, Medeia recebe a visita de Creontes, que conhece os poderes dela, que é feiticeira, e os teme. Ele a expulsa de seu reino e ela pede mais um dia, para que arrume suas coisas e arranje outro lugar para morar. Cedendo ao pedido, Creontes vai embora. Nesse último dia, Medeia convence Jasão de estar arrependida pelas coisas que disse e manda seus dois filhos entregarem presentes à princesa. Porém, os presentes estavam envenenados, matando assim a princesa e o rei, que tentou salvá-la. Jasão corre para sua antiga casa à procura de seus filhos e os encontra mortos pela mãe.
COMENTÁRIO: Eurípedes foca sua obra em uma personagem feminina, pois na Grécia antiga a mulher era vista como fraca, seu papel era cuidar do lar e de seu marido. Medeia mostrou a angústia, o sofrimento que pode morar dentro de um coração e as consequências desse sofrimento. No caso da obra, não poderia haver maior vingança do que tirar do homem a sua família.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A educação possível - Lya Luft

  " Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito. 
    Estamos tristemente carentes de bons modelos, e o sucesso da visita do papa também fala disso: além do fator religião, milhares foram em busca de uma figura paternal admirável, que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem.
    Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
    É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
    Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
    No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: "cidadania".
    O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.
    Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de lingüística em uma faculdade particular. Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o caderno de chamada, o currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto incapazes de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.
    Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos. "
Texto de Lya Luft - Revista Veja, edição de 2009

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Seja bem-vindo!

Este espaço é reservado às leituras e escritas do curso de Letras - Português. Aqui, você poderá conhecer textos literários, teóricos e críticos em torno dos estudos linguísticos e literários.